
MUNDIALIZAÇÃO - NG2
Processo histórico, com incidência política, económica, cultural, tecnológica, etc., acelerado na segunda metade do século XX, que representa a consciência de que os fenómenos se apresentam inter-relacionados, independentemente das fronteiras territoriais, das diferenças étnicas ou linguísticas, etc. Para este fenómeno terá contribuído uma série de factores, como a emergência e o desenvolvimento de organizações transnacionais (de que são exemplos a ONU, a União Europeia, a UEO e a NATO), o incremento das vias de comunicação entre os vários países e regiões, a expansão das telecomunicações e das tecnologias de informação, a vigência de certos princípios políticos (direitos humanos, assistência humanitária) e o acesso generalizado à (mesma) informação. Especificamente, na área económica, o fenómeno da mundialização teve como consequência a globalização dos mercados. Esta tem ainda algumas causas próprias do meio económico, como sejam a facilidade e rapidez com que os capitais são movimentados, a necessidade de as empresas obterem economias de escala e o incremento de processos de integração económica (como a União Europeia, o NAFTA e o MERCOSUL), não sendo também indiferentes os avanços nas negociações do GATT. A globalização consiste então no seguinte: apesar das diferenças de valores e de características de cada país ou região (que implicam atitudes culturais também distintas), tem-se verificado que as preferências dos consumidores se têm padronizado. Isto é verdade, pelo menos, para certas classes de produtos (de luxo e que satisfaçam consumidores com necessidades muito semelhantes - ou seja, os produtos universais). A principal característica da globalização é, portanto, a crescente homogeneidade das preferências dos consumidores (e, por isso, dos seus padrões de consumo). Para as empresas, tudo isto acarreta consequências evidentes, mesmo ao nível das suas operações diárias. Por um lado, passam a ter a necessidade de integrar as suas actividades a nível mundial. É, pois, mais do que de um processo de internacionalização que se trata: essas actividades passam a ser organizadas à escala mundial, como se o mundo fosse um único país (pode aqui lembrar-se a noção de aldeia global). Por outro, este processo gera a necessidade de se processar a adaptações pontuais dos produtos aos mercados regionais específicos que as empresas pretendem atingir.
Mundialização. In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5
Mundialização. In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5
GLOBALIZAÇÃO - NG2 - DR4
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GLOBALIZAÇÃO
A abertura da economia e a Globalização são processos irreversíveis, que nos atingem no dia-a-dia das formas mais variadas e temos de aprender a conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso cotidiano e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil. Um dos efeitos negativos do intercâmbio maior entre os diversos países do mundo, é o desemprego que, no Brasil, vem batendo um recorde atrás do outro. No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à inflação e para a modernização da economia com a entrada de produtos importados, o consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e mais qualidade. É o que vemos em vários setores, como eletrodomésticos, carros, roupas, cosméticos e em serviços, como lavanderias, locadoras de vídeo e restaurantes. A opção de escolha que temos hoje é muito maior.Mas a necessidade de modernização e de aumento da competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e máquinas. O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que, não só o Brasil, mas algumas das principais economias do mundo têm hoje pela frente: crescer o suficiente para absorver a mão-de-obra disponível no mercado, além disso, houve o aumento da distância e da dependência tecnológica dos países periféricos em relação aos desenvolvidos. A questão que se coloca nesses tempos é como identificar a aproveitar as oportunidades que estão surgindo de uma economia internacional cada vez mais integrada.
A abertura da economia e a Globalização são processos irreversíveis, que nos atingem no dia-a-dia das formas mais variadas e temos de aprender a conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso cotidiano e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil. Um dos efeitos negativos do intercâmbio maior entre os diversos países do mundo, é o desemprego que, no Brasil, vem batendo um recorde atrás do outro. No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à inflação e para a modernização da economia com a entrada de produtos importados, o consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e mais qualidade. É o que vemos em vários setores, como eletrodomésticos, carros, roupas, cosméticos e em serviços, como lavanderias, locadoras de vídeo e restaurantes. A opção de escolha que temos hoje é muito maior.Mas a necessidade de modernização e de aumento da competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e máquinas. O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que, não só o Brasil, mas algumas das principais economias do mundo têm hoje pela frente: crescer o suficiente para absorver a mão-de-obra disponível no mercado, além disso, houve o aumento da distância e da dependência tecnológica dos países periféricos em relação aos desenvolvidos. A questão que se coloca nesses tempos é como identificar a aproveitar as oportunidades que estão surgindo de uma economia internacional cada vez mais integrada.
Rogério Silveira
GLOBALIZAÇÃO - NG2 - DR4
Os Direitos Humanos e a Globalização
Para uma melhor compreensão e organização, dividiu-se o tema em duas partes: Os Direitos Humanos e A Globalização, porque apesar dos dois assuntos estarem interligados, existem diferenças entre eles.
Ambos foram sendo reivindicados ao longo dos tempos, e contribuem para existência de melhores condições de vida para todos os seres humanos, para que possam ter a sua própria dignidade, e possam ser indivíduos cultos e bem informados.
Quanto à verdadeira origem destes assuntos, é ainda incerto, pois algumas pessoas, como por exemplo Guy Haarcher, defendem que desde os tempos de Sócrates que se tenta adquirir os Direitos do Homem, e eliminar certos poderes do Estado. Não há nenhuma data específica que possamos dizer: ”Foi a partir deste dia que se reivindicou do direitos do Homem”, mas podemos imaginar que desde sempre os indivíduos quiseram evoluir, ser dignos e ter os mesmos direitos que o outros, mas podemos afirmar as primeiras manifestações, e este é um dos pontos que neste trabalho vamos focar e desenvolver.
DIREITOS HUMANOS
O que são os direitos Humanos?
Os Direitos Humanos são um conjunto de leis, vantagens e prerrogativas que devem ser reconhecidas como essências pelo indivíduo para que este possa ter uma vida digna, ou seja, que não seja inferior ou superior aos outros porque é de um sexo diferente, porque pertencem a uma etnia diferente, ou religião, ou até mesmo por pertencerem a um determinado grupo social. São importantes para que se tenha uma convivência em paz.
São também um conjunto de regras pelas quais não só o Estado deve seguir e respeitar, como também todos os cidadãos a ele pertencentes.
A função dos Direitos Humanos é proteger os indivíduos das arbitrariedades, do autoritarismo, da prepotência e dos abusos de poder. Eles representam a liberdade dos seres humanos, e o seu nascimento está ligado ao individualismo das sociedades que se foi criando ao longo dos tempos, e por consequência levou á necessidade de limitar o poder do Estado sobre os indivíduos, fazendo com que o respeitasse e aos seus interesses. Desta formas estão associados a uma ideia de civilização, de democracia, que em conjunto reflectem uma ideia de igualdade e de dignidade para todos os seres humanos.
A História dos Direitos Humanos já vem desde há algum tempo, pois eles começaram e ter alguma importância no final do Séc. XVIII, pelos filósofos Hobbes e Locke e depois mais tarde por Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Estes filósofos cimentaram a existência de direitos naturais inalienáveis, tais como a existência, a liberdade, a posse de bens, e deram uma nova concepção de obediência, limitando desta maneira a domínio do Estado. A partir daí, os direitos humanos começaram a evoluir a começaram também a ter uma carga diferente nos programas dos governos e passaram a traduzir-se em declarações dos direitos fundamentais comuns a toda a Humanidade. Existem diversos valores desses direitos particulares, individuais, naturais, inalienáveis e intransferíveis, que ainda hoje estão longe de ser adquiridos por todos os seres humanos.
Uma das grandes referências de todas as constituições políticas dos estados liberais é o articulado da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que deu uma influencia ao garantir a liberdade pessoal, a igualdade em direitos, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
Valores como a dignidade humana, a igualdade perante a lei, a liberdade de pensamento, e de um governo democrático são hoje considerados os princípios básicos da ética política e social, pois estes valores, de origem judaico-cristã, representam os ideais político-júridicos e filosóficos duma sociedade que se está a transformar e a transformar o mundo.
A II Guerra Mundial foi um acontecimento até o qual muitos dos direitos Humanos não foram respeitados, e foi quando houve, como que uma revolta para que esses direitos fossem aplicados a todos os indivíduos a quem não tinham sido aplicados até então. Após este acontecimento foi criada uma declaração (Declaração Universal dos Direitos do Homem) que visa estabelecer a paz entre as nações e o consenso entre os povos.
Há quem se refira a esta declaração como a maior prova dada até hoje do consenso entre os povos, como por exemplo Norberto Bobio.
Ele argumenta que desde que a declaração acima referida foi aprovada em quarenta e oito estados, foi considerada como inspiração e orientação para o crescimento da comunidade internacional, com o objectivo de tornar a comunidade num Estado, e de tornar também os indivíduos livres e iguais, o que representa um facto novo na história, pois, pelas primeira vez, um sistema de princípios fundamentais da conduta humana foi livremente aceite pelas maioria dos habitantes da Terra e é universal pois a sua validade e a sua capacidade para comandar o futuro dos Homens foi expressamente declarado.
Porque surgiram os Direitos Humanos?
Sendo assim, podemos considerar, que numa primeira circunstância os Direitos Humanos surgiram devido à necessidade de protecção da população perante a acção e a prepotência do Estado sobre eles, ou seja, era uma maneira de afirmar a estabilidade e a segurança perante os abusos de poder, sendo estes direitos designados por “direitos de”.
Numa segunda circunstância, em que a preocupação e o combate pelos direitos humanos atendem uma visão mais positiva da governação do Estado e do cumprimento das suas funções, que eram agora de assegurar as condições e os recursos necessários para que cada um se torne indivíduo e membro da comunidade, e é neste sentido que nos referimos quando lutamos pelo direito á educação, ao trabalho e à assistência médica. São por isso designados como “direitos a” ou “direitos-créditos”.
Os Direitos Humanos são apenas algo abstracto, que não se aplica?
Não, os direitos são também aplicados no quotidiano das nações e das comunidades, e estão todos emanados na ONU, que confirmam os direitos de minorias ou de grupos mais desfavorecidos. Um exemplo disso é a Convenção Europeia dos Direitos do Homem-1950, declaração sobre a Concessão da Independência aos Países e Povos Colonizados-1963, entre outros.
Na maioria das nações, tal como acontece em Portugal, os textos constitucionais estabelecem as protecções mínimas que possibilitam ao indivíduo viver uma vida digna, ou seja, consta um conjunto dos direitos essências que todas as autoridades devem de respeitar. Assenta-se assim um principio de legitimação para que o cidadão tenha uma reconhecimento jurídicos junto das instituições sociais. Deste modo, são deliberados o direito á satisfação das necessidades vitais (alimentação, habitação, assistência na doença e na educação); o direito a usufruir de liberdades políticas e civis (liberdade de pensamento, religião e associação); respeito pela integridade do indivíduo como um só; a igualdade perante a lei; entre outros.
Existe unanimidade no reconhecimento dos direitos humanos?
Hoje em dia sim, existe uma grande unanimidade no que diz respeito ao reconhecimento dos Direitos Humanos, mas nem sempre assim foi, pois nos países ditos civilizados, o processo em nada foi pacifico e isento de conflitos, e só muito lentamente esses estados foram reconhecendo a dignidade a que todos merecem, independentemente dos pais, raça, cor, etc..
E também por aqueles países que seguem uma religião cujas regras estão bem definidas e veiculadas, também foi (e ainda é) difícil de reconhecerem estes direitos a que a todos deveriam de ser aplicados, pois estes países seguem, de certo modo, o fundamentalismo (regresso á pureza das tradições de uma cultura, à origem, àquilo que suporta a identidade cultural ameaçada).
Existe ainda alguma relutância contra estes Direitos?
Em muitas regiões do planeta não são ainda cumpridos os direitos do Homem, pois estes vão contra a tradição, a religião e o comportamento social, o que impede os indivíduos de obterem o que lhes é devido, pondo em causa a validade universal destes mesmos direitos.
Na verdade, o que foi decretado nas Declarações acima referidas não são praticadas, não passando assim, em muitas ocasiões, de frases escritas num papel. Podemos comprovar isso com os constantes casos de torturas, prisões, invasões de domicílio, etc.
O que acontece em muitos casos é que são denunciadas essas situações que ocorrem em determinados países, mas depois não há quem queira julgar esses actos. Todos o vêem, todos o sentem, mas ninguém é capaz de punir os culpados e de proteger quem não se sabe defender.
A GLOBALIZAÇÃO
O que é a globalização?
Globalização significa basicamente que , hoje mais do que nunca , os grupos e as pessoas interagem directamente através das fronteiras , sem que isso envolva necessariamente os Estados . Isto acontece devido á nova tecnologia e ainda porque os estados descobriram que se promove mais a prosperidade soltando as energias criadoras das pessoas do que acorrentando-as ,pretendendo assim o desenvolvimento tecnológico das vias e meios de comunicação.
Quais as consequências da globalização?
Este fenómeno mudou radicalmente a vida de toda a humanidade.
Do ponto de vista dos direitos humanos , um aspecto positivo é a força de comunicação global ao actuar como um despertador da consciência cívica e política internacional. Muitos dos casos de violação dos direitos humanos , são hoje resolvidos graças à denúncia mediática . A comunicação social tem aqui um lugar de relevo ,pode ser o factor de maior pressão a nível governamental na tentativa de correção ou intervenção em situações de ameaça desses mesmos direitos. É importante referir também que a globalização nem sempre é sinónimo de progresso social ,países há (por exemplo nos nórdicos) são motivo de opressão ,pois aí os canais televisivos retratam um pais que não tem nada a ver com aqueles onde a população vive, o que prejudica a luta pelos seus direitos.
Do ponto de vista cultural a partilha de informação foi melhorada, no entanto a aldeia global teve um impacto negativo ,pois verifica-se que tal poderá levar a uma massificação e standardização , e a um mundo cada vez uniformizado.
As tecnologias pelo mundo estão mal “divididas”. Existem zonas onde ainda não chegaram ,outras onde só as pessoas de maior importância lhe têm acesso e outras ainda onde embora existindo grande parte da população não tem conhecimento disso.
No entanto ,existem países que pelo facto de serem muitos desenvolvidos no que diz respeito ás tecnologias ,a maioria da sua população e também em termos de informação e comunicação têm fácil acesso ás mesmas.
Outro aspecto negativo da globalização é a dependência que temos dos “gigantes” americanos ,pois se para estes a crise chegar, por arrastamento , todos os outros sofrerão também.
Conclusão
Por todos os argumentos acima referidos, podemos concluir que cabe-nos a nós, cidadãos de todo o mundo denunciar o que achamos que está mal, mesmo que não lucremos nada com isso, nem que não seja para nosso beneficio, não podemos pensar apenas em nós, devemos pensar também nas outras pessoas que estão para nascer, e que vão viver no mundo que nós recriamos, eles não podem ser sacrificados pelos erros que nós cometemos, eles não têm a culpa dos nossos actos.
Em suma, a globalização tanto pode promover os Homenns, a sua dominação, o esgotamento da diferença e a uniformalização cultural, como aproximar os Homens e as culturas entre si.
“Só saberemos que a Globalização está de facto a promover a inclusão a e permitir que todos partilhem as oportunidades que oferece, quando os homens, mulheres e crianças comuns das cidades e aldeias do mundo inteiro puderem melhorar a sua vida. E é essa a chave para eliminar a pobreza do mundo.”
Kofi Annan
Para uma melhor compreensão e organização, dividiu-se o tema em duas partes: Os Direitos Humanos e A Globalização, porque apesar dos dois assuntos estarem interligados, existem diferenças entre eles.
Ambos foram sendo reivindicados ao longo dos tempos, e contribuem para existência de melhores condições de vida para todos os seres humanos, para que possam ter a sua própria dignidade, e possam ser indivíduos cultos e bem informados.
Quanto à verdadeira origem destes assuntos, é ainda incerto, pois algumas pessoas, como por exemplo Guy Haarcher, defendem que desde os tempos de Sócrates que se tenta adquirir os Direitos do Homem, e eliminar certos poderes do Estado. Não há nenhuma data específica que possamos dizer: ”Foi a partir deste dia que se reivindicou do direitos do Homem”, mas podemos imaginar que desde sempre os indivíduos quiseram evoluir, ser dignos e ter os mesmos direitos que o outros, mas podemos afirmar as primeiras manifestações, e este é um dos pontos que neste trabalho vamos focar e desenvolver.
DIREITOS HUMANOS
O que são os direitos Humanos?
Os Direitos Humanos são um conjunto de leis, vantagens e prerrogativas que devem ser reconhecidas como essências pelo indivíduo para que este possa ter uma vida digna, ou seja, que não seja inferior ou superior aos outros porque é de um sexo diferente, porque pertencem a uma etnia diferente, ou religião, ou até mesmo por pertencerem a um determinado grupo social. São importantes para que se tenha uma convivência em paz.
São também um conjunto de regras pelas quais não só o Estado deve seguir e respeitar, como também todos os cidadãos a ele pertencentes.
A função dos Direitos Humanos é proteger os indivíduos das arbitrariedades, do autoritarismo, da prepotência e dos abusos de poder. Eles representam a liberdade dos seres humanos, e o seu nascimento está ligado ao individualismo das sociedades que se foi criando ao longo dos tempos, e por consequência levou á necessidade de limitar o poder do Estado sobre os indivíduos, fazendo com que o respeitasse e aos seus interesses. Desta formas estão associados a uma ideia de civilização, de democracia, que em conjunto reflectem uma ideia de igualdade e de dignidade para todos os seres humanos.
A História dos Direitos Humanos já vem desde há algum tempo, pois eles começaram e ter alguma importância no final do Séc. XVIII, pelos filósofos Hobbes e Locke e depois mais tarde por Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Estes filósofos cimentaram a existência de direitos naturais inalienáveis, tais como a existência, a liberdade, a posse de bens, e deram uma nova concepção de obediência, limitando desta maneira a domínio do Estado. A partir daí, os direitos humanos começaram a evoluir a começaram também a ter uma carga diferente nos programas dos governos e passaram a traduzir-se em declarações dos direitos fundamentais comuns a toda a Humanidade. Existem diversos valores desses direitos particulares, individuais, naturais, inalienáveis e intransferíveis, que ainda hoje estão longe de ser adquiridos por todos os seres humanos.
Uma das grandes referências de todas as constituições políticas dos estados liberais é o articulado da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que deu uma influencia ao garantir a liberdade pessoal, a igualdade em direitos, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
Valores como a dignidade humana, a igualdade perante a lei, a liberdade de pensamento, e de um governo democrático são hoje considerados os princípios básicos da ética política e social, pois estes valores, de origem judaico-cristã, representam os ideais político-júridicos e filosóficos duma sociedade que se está a transformar e a transformar o mundo.
A II Guerra Mundial foi um acontecimento até o qual muitos dos direitos Humanos não foram respeitados, e foi quando houve, como que uma revolta para que esses direitos fossem aplicados a todos os indivíduos a quem não tinham sido aplicados até então. Após este acontecimento foi criada uma declaração (Declaração Universal dos Direitos do Homem) que visa estabelecer a paz entre as nações e o consenso entre os povos.
Há quem se refira a esta declaração como a maior prova dada até hoje do consenso entre os povos, como por exemplo Norberto Bobio.
Ele argumenta que desde que a declaração acima referida foi aprovada em quarenta e oito estados, foi considerada como inspiração e orientação para o crescimento da comunidade internacional, com o objectivo de tornar a comunidade num Estado, e de tornar também os indivíduos livres e iguais, o que representa um facto novo na história, pois, pelas primeira vez, um sistema de princípios fundamentais da conduta humana foi livremente aceite pelas maioria dos habitantes da Terra e é universal pois a sua validade e a sua capacidade para comandar o futuro dos Homens foi expressamente declarado.
Porque surgiram os Direitos Humanos?
Sendo assim, podemos considerar, que numa primeira circunstância os Direitos Humanos surgiram devido à necessidade de protecção da população perante a acção e a prepotência do Estado sobre eles, ou seja, era uma maneira de afirmar a estabilidade e a segurança perante os abusos de poder, sendo estes direitos designados por “direitos de”.
Numa segunda circunstância, em que a preocupação e o combate pelos direitos humanos atendem uma visão mais positiva da governação do Estado e do cumprimento das suas funções, que eram agora de assegurar as condições e os recursos necessários para que cada um se torne indivíduo e membro da comunidade, e é neste sentido que nos referimos quando lutamos pelo direito á educação, ao trabalho e à assistência médica. São por isso designados como “direitos a” ou “direitos-créditos”.
Os Direitos Humanos são apenas algo abstracto, que não se aplica?
Não, os direitos são também aplicados no quotidiano das nações e das comunidades, e estão todos emanados na ONU, que confirmam os direitos de minorias ou de grupos mais desfavorecidos. Um exemplo disso é a Convenção Europeia dos Direitos do Homem-1950, declaração sobre a Concessão da Independência aos Países e Povos Colonizados-1963, entre outros.
Na maioria das nações, tal como acontece em Portugal, os textos constitucionais estabelecem as protecções mínimas que possibilitam ao indivíduo viver uma vida digna, ou seja, consta um conjunto dos direitos essências que todas as autoridades devem de respeitar. Assenta-se assim um principio de legitimação para que o cidadão tenha uma reconhecimento jurídicos junto das instituições sociais. Deste modo, são deliberados o direito á satisfação das necessidades vitais (alimentação, habitação, assistência na doença e na educação); o direito a usufruir de liberdades políticas e civis (liberdade de pensamento, religião e associação); respeito pela integridade do indivíduo como um só; a igualdade perante a lei; entre outros.
Existe unanimidade no reconhecimento dos direitos humanos?
Hoje em dia sim, existe uma grande unanimidade no que diz respeito ao reconhecimento dos Direitos Humanos, mas nem sempre assim foi, pois nos países ditos civilizados, o processo em nada foi pacifico e isento de conflitos, e só muito lentamente esses estados foram reconhecendo a dignidade a que todos merecem, independentemente dos pais, raça, cor, etc..
E também por aqueles países que seguem uma religião cujas regras estão bem definidas e veiculadas, também foi (e ainda é) difícil de reconhecerem estes direitos a que a todos deveriam de ser aplicados, pois estes países seguem, de certo modo, o fundamentalismo (regresso á pureza das tradições de uma cultura, à origem, àquilo que suporta a identidade cultural ameaçada).
Existe ainda alguma relutância contra estes Direitos?
Em muitas regiões do planeta não são ainda cumpridos os direitos do Homem, pois estes vão contra a tradição, a religião e o comportamento social, o que impede os indivíduos de obterem o que lhes é devido, pondo em causa a validade universal destes mesmos direitos.
Na verdade, o que foi decretado nas Declarações acima referidas não são praticadas, não passando assim, em muitas ocasiões, de frases escritas num papel. Podemos comprovar isso com os constantes casos de torturas, prisões, invasões de domicílio, etc.
O que acontece em muitos casos é que são denunciadas essas situações que ocorrem em determinados países, mas depois não há quem queira julgar esses actos. Todos o vêem, todos o sentem, mas ninguém é capaz de punir os culpados e de proteger quem não se sabe defender.
A GLOBALIZAÇÃO
O que é a globalização?
Globalização significa basicamente que , hoje mais do que nunca , os grupos e as pessoas interagem directamente através das fronteiras , sem que isso envolva necessariamente os Estados . Isto acontece devido á nova tecnologia e ainda porque os estados descobriram que se promove mais a prosperidade soltando as energias criadoras das pessoas do que acorrentando-as ,pretendendo assim o desenvolvimento tecnológico das vias e meios de comunicação.
Quais as consequências da globalização?
Este fenómeno mudou radicalmente a vida de toda a humanidade.
Do ponto de vista dos direitos humanos , um aspecto positivo é a força de comunicação global ao actuar como um despertador da consciência cívica e política internacional. Muitos dos casos de violação dos direitos humanos , são hoje resolvidos graças à denúncia mediática . A comunicação social tem aqui um lugar de relevo ,pode ser o factor de maior pressão a nível governamental na tentativa de correção ou intervenção em situações de ameaça desses mesmos direitos. É importante referir também que a globalização nem sempre é sinónimo de progresso social ,países há (por exemplo nos nórdicos) são motivo de opressão ,pois aí os canais televisivos retratam um pais que não tem nada a ver com aqueles onde a população vive, o que prejudica a luta pelos seus direitos.
Do ponto de vista cultural a partilha de informação foi melhorada, no entanto a aldeia global teve um impacto negativo ,pois verifica-se que tal poderá levar a uma massificação e standardização , e a um mundo cada vez uniformizado.
As tecnologias pelo mundo estão mal “divididas”. Existem zonas onde ainda não chegaram ,outras onde só as pessoas de maior importância lhe têm acesso e outras ainda onde embora existindo grande parte da população não tem conhecimento disso.
No entanto ,existem países que pelo facto de serem muitos desenvolvidos no que diz respeito ás tecnologias ,a maioria da sua população e também em termos de informação e comunicação têm fácil acesso ás mesmas.
Outro aspecto negativo da globalização é a dependência que temos dos “gigantes” americanos ,pois se para estes a crise chegar, por arrastamento , todos os outros sofrerão também.
Conclusão
Por todos os argumentos acima referidos, podemos concluir que cabe-nos a nós, cidadãos de todo o mundo denunciar o que achamos que está mal, mesmo que não lucremos nada com isso, nem que não seja para nosso beneficio, não podemos pensar apenas em nós, devemos pensar também nas outras pessoas que estão para nascer, e que vão viver no mundo que nós recriamos, eles não podem ser sacrificados pelos erros que nós cometemos, eles não têm a culpa dos nossos actos.
Em suma, a globalização tanto pode promover os Homenns, a sua dominação, o esgotamento da diferença e a uniformalização cultural, como aproximar os Homens e as culturas entre si.
“Só saberemos que a Globalização está de facto a promover a inclusão a e permitir que todos partilhem as oportunidades que oferece, quando os homens, mulheres e crianças comuns das cidades e aldeias do mundo inteiro puderem melhorar a sua vida. E é essa a chave para eliminar a pobreza do mundo.”
Kofi Annan
Nadine Silva, Sandra Silva, Nelson Marques
COMPREENDER A GLOBALIZAÇÃO - NG2 - DR4
Compreender a Globalização:
Avaliar este fenómeno na sua historicidade e na sua contemporaniedade.
A globalização, de que tanto se fala, é muito abstracta e pouco concreta, logo é difícil criar uma definição oficial. No entanto alguns países já a possuem, por exemplo Espanha: «Tendência dos mercados e das empresas a alargarem-se, alcançando uma dimensão mundial que ultrapassa as fronteiras nacionais»; definição que poderá ser (a priori) excessivamente e primordialmente económica (esta preferência económica para a caracterização da globalização não é unicamente «espanhola», ocorre ,também, noutros países europeus). Pois, definir globalização apenas do ponto de vista económico, pode criar uma definição incorrecta e incompleta. A justificação deste ponto de vista encontramo-la na posição defendida pelo historiador francês Fernand Braudel, que escreve numa das suas obras (da época de sessenta): «Eleger este observatório (o económico) é privilegiar de antemão uma forma de explicação unilateral e perigosa».
O significado completo e exacto provavelmente ainda não foi atingido, mas podemos ficar com a definição de Guillermo de la Dehesa (2000) que, à primeira vista, parece abranger um vasto grupo de factores condicionadores da globalização: «processo dinâmico de crescente liberdade e integração mundial dos mercados de trabalho, bens, serviços, tecnologia e capitais (...) este processo não é novo, vem-se desenvolvendo paulatinamente e demorará muito tempo a completar-se, no caso de o permitirem(...)».
Mas como foi referido no significado proferido por Guillermo de la Dehesa (e em muitas outras articulações sobre o assunto) a globalização resulta de uma lenta evolução. Assim podemos afirmar que a globalização não é um fenómeno recente.
A globalização encontra-se presente em muitos acontecimentos e períodos da História. Que outra coisa não é, por exemplo, a colonização do Brasil?
Na verdade, esta teoria da «antiguidade da globalização» é exposta por vários pensadores contemporâneos, entre eles encontra-se Joaquín Estefanía (2002), que nos diz que a história da Humanidade é a história da globalização, em que os homens se aproximam uns dos outros através da sua economia, da sua cultura, dos seus costumes. Este autor refere-se ainda ao comércio fenício no Mediterrâneo e ao Império Romano, apresentando estes factos como exemplos de uma globalização, (ainda que a expressão «globalização» não existisse na época).
Marx e Engels, os criadores do Marxismo, com a publicação do Manifesto do Partido Comunista (1848), descreveram com precisão o que depois se tornou a «globalização», estes breves excertos exemplificam as referidas ideias: «o descobrimento da América e da circum-navegação de África criaram um novo terreno para a burguesia ascendente. O mercado das Índias Orientais e da China (...) deram ao comércio, à navegação um auge desconhecido (...), os mercados continuaram a crescer (...). A necessidade de dar cada vez maior e mais extensa saída aos produtos lança a burguesia de uma ponta á outra do planeta (...). Os produtos das diferentes nações transformaram-se em património comum(...)».
Na ultima metade do séc. XIX, a partir de 1870, houve um avanço de integração mundial dos capitais, de mercadorias e de trabalho que regrediu, consequentemente, com as catástrofes do séc. XX, iniciadas em 1914, as guerras mundiais (e outros conflitos resultantes). Mas, após estes conflitos terminarem, (re)iniciou-se um outro período em que a terminologia «globalização» e a sua manifestação são conscientes, este processo cumpre aproximadamente 55 anos e assenta sobre bases mais sólidas que o anterior avanço.
É neste último período, o actual, em que se criou a terminologia «globalização», foi Theodore Levitt (1983) que fez referência á globalização dos mercados. Para este autor assistia-se à criação de um mercado global em que os produtos se vendiam uniformemente por todo o planeta, em vez de permanecer um mercado em que os produtos eram inicialmente comercializados para países desenvolvidos e quando se tornavam obsoletos as vendas eram direccionadas para os países em vias de desenvolvimento, com um diferente desvelo.
Michael Porter (1990) utilizou posteriormente o termo para diferenciar uma empresa multinacional de uma global. A companhia multinacional é aquela que produz num determinado número de países e que não têm ambições de unir as operações dum ponto de vista estratégico, enquanto que a empresa global provoca uma estratégia mundial em que as diferentes sucursais nacionais encontram-se ligadas e totalmente coordenadas entre si, fazendo com que o conjunto tenha um maior valor que a soma das suas partes.
Kenichi Ohmae (1990), à primeira vista, parece ter-se apoiado na teoria de Porter e afirmar que a empresa global é aquela que perde identidade nacional e que opera como uma entidade sem pátria e a uma escala mundial.
Assim conclui-se que as empresas multinacionais e as empresas globais são uns dos agentes mais importantes na criação da globalização, pelo menos a nível económico e comercial. este ponto de vista económico-comercial a globalização é algo positivo pois em muitos casos anima-nos como consumidores.
Mas do «miradouro político», ou seja nós como cidadãos, a globalização é vista como algo negativo e prejudicial, pois afinal quem é que «votou» na globalização? Ninguém, é claro, pois a globalização é uma consequência indirecta da aproximação económica e política de nações. E independentemente dos benefícios do processo de “mundialização”, existe também um afastamento dos cidadãos em respeito ás principais decisões que se tomam por eles, o que demonstra a fragilidade da democracia.
Segundo Ulrich Beck (2000), outro perigo político conseguinte do facto anteriormente referido, é a formação de uma política de «autoritarismo democrático», que se comporta de forma flexível para o exterior, (frente aos mercados mundiais) e de modo autoritário perante o interior (cidadãos); criando-se um «clima liberalista» e consequentemente um clima de terrorismo. Mas estes conflitos podem-se combater com a preocupação dos cidadãos e a, consequente, necessidade de novos códigos contra os abusos de mercado, o que significa uma política proveitosa e a formação de um estado (democrático) firme e com poder. Enquanto que o «factor» tecnologia ampara a globalização, bom exemplo para tal acontecimento é a situação caricata de uma chamada de Nova York a Londres custar 300 dólares em 1930, enquanto que hoje não atinge o valor de um dólar. Tudo isto faz com que as fronteiras naturais do tempo e do espaço entre os países sejam cada vez menores, portanto, o envio de bens, serviços, pessoas, capitais e informação é cada vez mais baixo, o que facilita a internacionalização e a interdependência das economias. Ou seja, o que faz com que o mundo seja cada vez «mais pequeno»; falando ainda de uma maneira mais metafórica é a formação da «Aldeia Global».
Bibliografia:
Beck, Ulrich: Qué es la globalización? Paidós, 1998. - Un nuevo mundo feliz: la precariedad del trabajo en la globalización. Paidós, 2000.
Dehesa, Guillermo de la: Comprender la globalización. Alianza Editorial, 2000.
Estefanía, Joaquin: Hij@, qué es la globalización? Aguilar, 2002.
Marx, Karl e Engels, Friedrich: Manifesto do Partido Comunista, Silvio Berlusconi Ed., 1998.
Ohamae, Kenechi, Bordeless World: Power and strategy in the interlinked economy. Nova York, Harper Business, 1990. (Base de dados da Biblioteca de Extremadura/ Badajoz)
Porter, Michael, The competitive advantage of Nations, Nova York, The Free Press, 1990. (Base de dados da Biblioteca de Extremadura/ Badajoz)
Programa das Nações Unidas: Informação sobre o desenvolvimento humano (publicação anual).
João Martins
Avaliar este fenómeno na sua historicidade e na sua contemporaniedade.
A globalização, de que tanto se fala, é muito abstracta e pouco concreta, logo é difícil criar uma definição oficial. No entanto alguns países já a possuem, por exemplo Espanha: «Tendência dos mercados e das empresas a alargarem-se, alcançando uma dimensão mundial que ultrapassa as fronteiras nacionais»; definição que poderá ser (a priori) excessivamente e primordialmente económica (esta preferência económica para a caracterização da globalização não é unicamente «espanhola», ocorre ,também, noutros países europeus). Pois, definir globalização apenas do ponto de vista económico, pode criar uma definição incorrecta e incompleta. A justificação deste ponto de vista encontramo-la na posição defendida pelo historiador francês Fernand Braudel, que escreve numa das suas obras (da época de sessenta): «Eleger este observatório (o económico) é privilegiar de antemão uma forma de explicação unilateral e perigosa».
O significado completo e exacto provavelmente ainda não foi atingido, mas podemos ficar com a definição de Guillermo de la Dehesa (2000) que, à primeira vista, parece abranger um vasto grupo de factores condicionadores da globalização: «processo dinâmico de crescente liberdade e integração mundial dos mercados de trabalho, bens, serviços, tecnologia e capitais (...) este processo não é novo, vem-se desenvolvendo paulatinamente e demorará muito tempo a completar-se, no caso de o permitirem(...)».
Mas como foi referido no significado proferido por Guillermo de la Dehesa (e em muitas outras articulações sobre o assunto) a globalização resulta de uma lenta evolução. Assim podemos afirmar que a globalização não é um fenómeno recente.
A globalização encontra-se presente em muitos acontecimentos e períodos da História. Que outra coisa não é, por exemplo, a colonização do Brasil?
Na verdade, esta teoria da «antiguidade da globalização» é exposta por vários pensadores contemporâneos, entre eles encontra-se Joaquín Estefanía (2002), que nos diz que a história da Humanidade é a história da globalização, em que os homens se aproximam uns dos outros através da sua economia, da sua cultura, dos seus costumes. Este autor refere-se ainda ao comércio fenício no Mediterrâneo e ao Império Romano, apresentando estes factos como exemplos de uma globalização, (ainda que a expressão «globalização» não existisse na época).
Marx e Engels, os criadores do Marxismo, com a publicação do Manifesto do Partido Comunista (1848), descreveram com precisão o que depois se tornou a «globalização», estes breves excertos exemplificam as referidas ideias: «o descobrimento da América e da circum-navegação de África criaram um novo terreno para a burguesia ascendente. O mercado das Índias Orientais e da China (...) deram ao comércio, à navegação um auge desconhecido (...), os mercados continuaram a crescer (...). A necessidade de dar cada vez maior e mais extensa saída aos produtos lança a burguesia de uma ponta á outra do planeta (...). Os produtos das diferentes nações transformaram-se em património comum(...)».
Na ultima metade do séc. XIX, a partir de 1870, houve um avanço de integração mundial dos capitais, de mercadorias e de trabalho que regrediu, consequentemente, com as catástrofes do séc. XX, iniciadas em 1914, as guerras mundiais (e outros conflitos resultantes). Mas, após estes conflitos terminarem, (re)iniciou-se um outro período em que a terminologia «globalização» e a sua manifestação são conscientes, este processo cumpre aproximadamente 55 anos e assenta sobre bases mais sólidas que o anterior avanço.
É neste último período, o actual, em que se criou a terminologia «globalização», foi Theodore Levitt (1983) que fez referência á globalização dos mercados. Para este autor assistia-se à criação de um mercado global em que os produtos se vendiam uniformemente por todo o planeta, em vez de permanecer um mercado em que os produtos eram inicialmente comercializados para países desenvolvidos e quando se tornavam obsoletos as vendas eram direccionadas para os países em vias de desenvolvimento, com um diferente desvelo.
Michael Porter (1990) utilizou posteriormente o termo para diferenciar uma empresa multinacional de uma global. A companhia multinacional é aquela que produz num determinado número de países e que não têm ambições de unir as operações dum ponto de vista estratégico, enquanto que a empresa global provoca uma estratégia mundial em que as diferentes sucursais nacionais encontram-se ligadas e totalmente coordenadas entre si, fazendo com que o conjunto tenha um maior valor que a soma das suas partes.
Kenichi Ohmae (1990), à primeira vista, parece ter-se apoiado na teoria de Porter e afirmar que a empresa global é aquela que perde identidade nacional e que opera como uma entidade sem pátria e a uma escala mundial.
Assim conclui-se que as empresas multinacionais e as empresas globais são uns dos agentes mais importantes na criação da globalização, pelo menos a nível económico e comercial. este ponto de vista económico-comercial a globalização é algo positivo pois em muitos casos anima-nos como consumidores.
Mas do «miradouro político», ou seja nós como cidadãos, a globalização é vista como algo negativo e prejudicial, pois afinal quem é que «votou» na globalização? Ninguém, é claro, pois a globalização é uma consequência indirecta da aproximação económica e política de nações. E independentemente dos benefícios do processo de “mundialização”, existe também um afastamento dos cidadãos em respeito ás principais decisões que se tomam por eles, o que demonstra a fragilidade da democracia.
Segundo Ulrich Beck (2000), outro perigo político conseguinte do facto anteriormente referido, é a formação de uma política de «autoritarismo democrático», que se comporta de forma flexível para o exterior, (frente aos mercados mundiais) e de modo autoritário perante o interior (cidadãos); criando-se um «clima liberalista» e consequentemente um clima de terrorismo. Mas estes conflitos podem-se combater com a preocupação dos cidadãos e a, consequente, necessidade de novos códigos contra os abusos de mercado, o que significa uma política proveitosa e a formação de um estado (democrático) firme e com poder. Enquanto que o «factor» tecnologia ampara a globalização, bom exemplo para tal acontecimento é a situação caricata de uma chamada de Nova York a Londres custar 300 dólares em 1930, enquanto que hoje não atinge o valor de um dólar. Tudo isto faz com que as fronteiras naturais do tempo e do espaço entre os países sejam cada vez menores, portanto, o envio de bens, serviços, pessoas, capitais e informação é cada vez mais baixo, o que facilita a internacionalização e a interdependência das economias. Ou seja, o que faz com que o mundo seja cada vez «mais pequeno»; falando ainda de uma maneira mais metafórica é a formação da «Aldeia Global».
Bibliografia:
Beck, Ulrich: Qué es la globalización? Paidós, 1998. - Un nuevo mundo feliz: la precariedad del trabajo en la globalización. Paidós, 2000.
Dehesa, Guillermo de la: Comprender la globalización. Alianza Editorial, 2000.
Estefanía, Joaquin: Hij@, qué es la globalización? Aguilar, 2002.
Marx, Karl e Engels, Friedrich: Manifesto do Partido Comunista, Silvio Berlusconi Ed., 1998.
Ohamae, Kenechi, Bordeless World: Power and strategy in the interlinked economy. Nova York, Harper Business, 1990. (Base de dados da Biblioteca de Extremadura/ Badajoz)
Porter, Michael, The competitive advantage of Nations, Nova York, The Free Press, 1990. (Base de dados da Biblioteca de Extremadura/ Badajoz)
Programa das Nações Unidas: Informação sobre o desenvolvimento humano (publicação anual).
João Martins
REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO - NG2 - DR4
REFLEXÃO SOBRE A FACILIDADE E RAPIDEZ NA DIFUSÃO DA INFORMAÇÃO NOS NOSSOS DIAS E RESPECTIVAS CONSEQUÊNCIAS
A evolução das diversas formas de transmitir informação, como a televisão, o rádio e o computador, fez com que se despoletassem uma série de alterações sociais, económicas e políticas que alteraram profundamente a face do mundo antes desta era, resultando como factor dominante a globalização ou a criação da chamada "aldeia global". O advento da Internet em 1969 marcou o contexto da globalização, tendo permitido que uma base de dados gigantesca fosse partilhada em todo o mundo, com possibilidade de acesso por qualquer utilizador, tendo o World Wide Web tornado possível a partilha de informação em multimédia e hipertexto. Os Estados Unidos da América passaram a dominar quase tudo ao que à informação diz respeito, seja através de empresas como a Apple, a Intel, a Microsoft ou a IBM, seja por possuir alguns dos bancos de dados de diversas áreas mais completos a nível mundial, seja pela emissão e possessão dos meios de difusão informativa, como satélites (sendo o primeiro satélite intercontinental americano o Telstar I, de 1962) e outros. A partir de 1980 e com o aparecimento da CNN (Cable News Network) iniciou-se um novo período em que o espectador tem acesso à informação em primeira mão, sem filtros de qualquer género e que cria uma situação de igualdade entre todos os públicos, tornando muitas vezes urgentes as reacções políticas, sociais e económicas em determinadas ocasiões e face a certos acontecimentos (conflitos, desastres, crimes…). Por outro lado, a informação transmitida pode pecar pela imparcialidade e pelo sensacionalismo, uma vez que a manutenção das audiências passa pela renovação de notícias estrondosas que o espectador busca incessante e sequencialmente. A difusão da informação ganhou uma dimensão política, uma vez que, face ao impacto e monopólio que atingiram as associações ocidentais de multimédia, interveio inclusivamente nas correntes de capitais e na orientação muitas vezes decisiva da opinião pública. Tendo-se entretanto e progressivamente criado códigos éticos no âmbito jornalístico, manifestaram-se contudo fortes oposições a esta manipulação, como o processo instaurado por alguns países, através da UNESCO, contra os meios de comunicação de cariz imperialista (que provocou a saída em 1985 da Inglaterra e dos EUA desta instituição), os ataques muçulmanos às antenas parabólicas e a "Nova Ordem Mundial de Informação e Comunicação" praticada pelos Países Não Alinhados, que combateu difusoras como a Reuters e a Associated Press. A era da informação eliminou muitos hábitos humanos, como as brincadeiras de crianças ao ar livre (que preferem desenhos animados e jogos de vídeo e computador), as visitas a museus, a frequência de bibliotecas e as idas ao teatro e ao cinema, uma vez que a tudo se pode aceder por meios informáticos. Estimulou igualmente o sedentarismo e a sensação de inutilidade de cada ser para o Mundo ao proporcionar a recepção de produtos em casa (alimentos, objectos), o trabalho a partir de casa, as comunicações de qualquer género efectuadas sempre em e a partir de casa... Por outro lado, o mais comum dos cidadãos pode tornar-se meio de informação, com filmagens caseiras de acontecimentos fortuitos, formato adoptado por muitos jornalistas e que, ao denunciar muitas vezes incompetências de personagens e instituições, tornou, por um lado, estas filmagens provas aceites pela lei, e por outro criou um tipo de jornalismo pseudo-justiceiro. Todos estes factores induziram à difusão de um processamento de informação imediato e simplista, em detrimento de análises mais profundas e contextualizadas, formatando muitas vezes uma forma de pensar que não inclui a reflexão. Da mesma maneira, assistiu-se a uma instrumentalização dos "media", por parte de determinados governos, para a solidificação da ideologia e do poder, perceptível ou imperceptivelmente.
Revolução da Informação. In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5
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